"Oi pessoal!
O livro motivador da resenha de hoje, é mais do que especial. O Necromante, primeira parte das Crônicas de Leemyar (que já foi quadrinhos) é escrito pela autora brasileira de grande sucesso, Eddie Van Feu. Eddie é conhecida por várias obras, tendo publicado mais de 150 títulos, dentre revistas, livros e etc. Quando não está escrevendo, Eddie viaja pelo Brasil ensinando técnicas de narrativa e dando aulas de magia. Este livro é uma publicação da editora Linhas Tortas.
Leemyar é o lugar onde essa trama envolvente e cheia de trechos engraçados se desenvolve. É uma cidade que não tem nada de mais, por onde todo mundo passa, mas não marca a vida de ninguém. Nela há guerreiros, cobradores, aventureiros, magos, mercenários, ladrões... Só que o engraçado é que todo mundo que lá chega acha um motivo relevante para tentar não ficar lá. Em Leemyar também tem lugares assombrados, castelos e torres, mas nada é tão assustador quanto um objeto amaldiçoado e um inimigo poderoso que impõe desafios mais perigosos que a morte.
“Infelizmente, quando se tem o coração apertado, não se pode ver beleza em lugar nenhum, nem mesmo no mais belo dos lugares, porque no final, a beleza reside mesmo é no coração e, se ele está apertado, acaba por espremer para fora tudo de bom.”
Então um belo dia, as circunstâncias uniram Vanna, uma moça forte que deixou a fazenda onde morava atrás de aventuras, e Groulf, que deixou seu lar nas florestas élficas a fim de provar seu valor e sua coragem. Ao chegarem, logo se envolvem em uma confusão com Romano e Dirk, que também buscavam seus sonhos... E lá onde nada acontecia... O destino (ou quem sabe os deuses) resolveram acabar com o marasmo e nossos aventureiros botaram pra quebrar.
Eles estão na pindaíba total e o único jeito de arranjarem algum dinheiro é caçar um tesouro em um lugar misterioso perdido no meio da floresta. E lá vão eles, aventurarem-se em meio a um castelo em ruínas, abandonado (?) e descobrem que há uma recompensa muito boa para quem capturar um mago poderoso.
Se colocarmos na balança, não sei se eles estão ganhando mais dinheiro, ou se metendo mais em encrencas. Acontece que eles começam a topar com outras pessoas que se unem nessa aventura e aí os problemas ficam menores, né? Ou não? Hehehe... Bom, teremos personagens cativantes e determinantes para o andamento da história, teremos zumbis não tão legais assim e uma fada que está mais para ogra. Esses personagens possuem atitudes próprias, distintas e de acordo com o enredo, fazendo com que a gente goste de acompanhar o desenvolvimento ao longo da narrativa.
É uma leitura leve, agradável e despretensiosa. Como a própria autora disse: ninguém quer ser o melhor do mundo e nem salvar o mundo (afinal de contas eles nem são muito inteligentes!). São sim personagens cativantes por serem adequados à estrutura montada pela autora e assim são capazes de realizar as maiores proezas, que nos deixam satisfeitos e realizados ao final da leitura. Talvez essa “despretensão” seja o que transforma o livro em uma obra excelente. O enredo tem pinceladas da série Dragões de Titânia (
tem resenha aqui), inclusive com alguns personagens dando as caras em Celtária.
Gosto muito da escrita desta autora. É coerente, leve, envolvente... Ela sabe o que faz e onde quer chegar. É o tipo de livro que a gente recomenda, pois é tão bem estruturado, agradável que não há como não gostar, principalmente se você gosta de aventura, ação e essencialmente, de tiradas engraçadas e inesquecíveis.
O que ficou para mim foi ter tido o prazer de ver relatados aqui tantos bons valores, como a amizade, a superação, o respeito aos sonhos e aos diferentes e, acima de tudo, o enfrentamento das dificuldades através da união e das boas intenções. Claro, que sempre com risadas gostosas e a certeza de que o bem sempre deve prevalecer. Afinal, há muito romance, muita emoção e bom humor de sobra. Sem falar que a capa é linda, feita por Carol Mylius e ainda há mais ilustrações dos personagens no final do livro.
“... E apontou para uma porta antes oculta atrás do espelho e que agora se mostrava uma opção inesperada. Eles se entreolharam. Aquilo estava ficando interessante.”
Aproveitem, divirtam-se! Prestigiem os autores nacionais!
Boa leitura, até a próxima!"
